A escola de samba Portela tem uma longa história de ligação com a valorização da cultura negra. Para o Carnaval de 2024, escolheram o enredo baseado no livro "Um Defeito da Cor" de Ana Maria Gonçalves. A agremiação abriu suas portas para o Projeto Portela por Direitos, que visa promover debates sobre temas como racismo, reparação, intolerância religiosa e samba.

O Ministério Público Federal (MPF) e o Departamento de Cidadania da Portela participaram da segunda edição do projeto, promovendo rodas de conversa sobre direitos humanos no Rio de Janeiro. A iniciativa visa fortalecer a luta pelos direitos, aproximando o mundo institucional jurídico da comunidade.

O projeto surgiu da percepção de que a comunidade negra carecia de conhecimento sobre seus direitos e deveres. O foco do projeto é empoderar a população negra, promovendo o letramento racial e o entendimento de seus direitos.

Além disso, a escola de samba oferece diversas atividades durante o ano, incluindo tratamento dentário, aulas de dança afro, capoeira, balé, rodas de psicanálise, e pré-vestibular social. O projeto também debateu a reparação pelo período de escravidão no Brasil na sua segunda edição.

Há planos para uma audiência pública em novembro, envolvendo representantes do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para discutir políticas públicas relacionadas ao racismo, escravidão e reparação.

As rodas de conversa são abertas ao público, e os temas são escolhidos em colaboração entre a diretora da Portela e o procurador Júlio Araújo. O projeto visa fortalecer a reflexão e valorizar as escolas de samba como espaços de conhecimento e ativismo.