Nos últimos dias, surgiu a notícia de uma possível migração dos grupos que desfilam na Nova Intendente para o sambódromo no Carnaval de 2024. Atualmente, a Marquês de Sapucaí é o local de desfile das agremiações dos grupos Especial e de Acesso, enquanto a Ernani Cardoso abriga as escolas de samba das Séries Prata e Bronze, além do grupo de Avaliação, com gestão pela Superliga Carnavalesca do Brasil. A primeira divisão está sob a administração da Liesa, e a Série Ouro é gerenciada pela Liga-RJ.

Para muitos sambistas cariocas, a Nova Intendente representa uma festa mais popular, esteticamente mais simples e com recursos limitados, mas que mantém viva a nostalgia dos antigos Carnavais na cidade. No entanto, há outros que argumentam que as condições para a produção e execução dos desfiles na Nova Intendente estão longe do ideal. A discussão sobre essa possível migração levanta questões sobre a preservação da tradição versus a busca por melhores condições de produção e visibilidade para as escolas de samba

Neste cenário, o presidente da Superliga, Pedro Silva, revelou que existe uma conversa em andamento com órgãos públicos, especialmente a RioTur, para levar os desfiles dos grupos Prata e Bronze de volta para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2024. Ele ressaltou que essa operação não é simples, envolvendo logística, infraestrutura e outros fatores dependentes do poder público. A Superliga aguarda um feedback oficial da prefeitura e da RioTur antes de tomar uma decisão sobre onde ocorrerá o maior Carnaval da entidade, seja na Nova Intendente ou na Sapucaí.

A Riotur, por meio de sua assessoria de comunicação, se recusou a comentar o assunto, enquanto um membro da equipe do prefeito Eduardo Paes afirmou que não há definição sobre o tema por parte da administração municipal.

Pedro Silva reconheceu que a entidade é favorável à possível migração, mas com algumas ressalvas, como a necessidade de apoio e investimento para tornar a transição viável. Ele mencionou preocupações, como a movimentação dos carros alegóricos, e afirmou que a mudança planejada não interfere no planejamento atual, que está centrado nas características dos desfiles e na infraestrutura da Nova Intendente.

Uma questão levantada é a possível cobrança de ingressos se os desfiles migrarem para a Sapucaí. Pedro Silva sugeriu que a entrada gratuita seria atrativa, aproximando o público, mas ressaltou que essa questão ainda não foi discutida e está sendo aguardada.

Opiniões divergentes foram expressas sobre a mudança proposta. Wallace Safra, comentarista do SRzd, acredita que a transição pode ocorrer rapidamente e ter um grande impacto nas escolas de menor porte, desde que os investimentos sejam planejados com cuidado. Cláudio Francioni levantou dúvidas quanto à validade da alteração, destacando questões urgentes a serem resolvidas nas escolas menores, como a estrutura das alegorias e a ocupação do sambódromo, incluindo a possibilidade de cobrança de ingressos e a demanda por eles. A necessidade de um estudo detalhado foi ressaltada para garantir que as escolas não sejam prejudicadas nesse processo.